Causas da doença de Alzheimer

A hipótese mais falada hoje é a genética, condicionada por factores ambientais, segundo a qual haverá uma predisposição para sofrer da doença e, esta condição genética será activada por mecanismos adquiridos ao longo da vida; stress, depressão, diminuição das defesas, exposições víricas… que facilitam a morte neuronal.

Sobre a base dos estados genéticos estabeleceram-se dois tipos de doença de Alzheimer (DA), dependendo dos cromossomas alterados e implicados na doença. A primeira forma seria a denominada doença de Alzheimer autosímica dominante. Nesta forma de Alzheimer estariam implicados os cromossomas 1, 14 e 21 e corresponderia às formas de início precoce da doença.

O cromossoma 21, onde está o gene percursor da proteína beta-amiloide, associa-se principalmente às formas de Alzheimer entre os 40 e os 65 anos de idade; este tipo de proteína também se dá nos casos da síndroma de Down.

No cromossoma 14, o gene da pré-senilina 1, relacionado com as formas de DA de início precoce entre os 30 e os 60 anos.

O cromossoma 1, o gene da pré-senilina 2, é pouco frequente e associa-se à doença com início entre os 50 e os 70.

Doença de Alzheimer esporádica de início tardio, apresenta-se depois dos 65 anos e é a mais frequente. Seus factores genéticos são diferentes da DA mais frequente, sabendo-se que os antecedentes familiares aumentam o risco de sofrer da doença de Alzheimer, não se sabendo, no entanto, em eu percentagem; só que há um gene localizado nas formas de Alzheimer de início tardio, sendo o gene Papolopoproteína E, mais conhecido com apõe e que se localiza no cromossoma 19.

Neste cromossoma localiza-se o gene apõe, que desempenha um papel importante no crescimento neuronal e na resposta do sistema nervoso central ao trauma. As diferentes mutações deste gene determinam um maior ou menor risco de vir a sofrer da doença. Deste modo, as pessoas com mutação na ApoE2, que parece ser o protector, a ApoE3 possui um risco médio e a ApoE4 é associada a um duplo risco para um só alelo e entre oito a dez vezes mais do normal para as variações com duplo alelo ApoE4-4.

Fases da evolução na doença
O primeiro sintoma a surgir é a, perda de memória imediata, apresentando esquecimentos frequentes, custando sobretudo a reter toda a informação, com alteração dos mecanismos de aprendizagem. Paralelamente começa a perder vocabulário, a ter dificuldades para encontrar a palavra no momento adequado, a descrever objectos em, vez de os nomear.

Começa a sentir o pensamento mais lento, demorando a responder quando a situação exige mais premência nas respostas para poder participar, a ter bloqueios sistemáticos levando o doente a uma situação de frustração, conduzindo-o para o isolamento, evitando os contactos sociais.

Devido a estas falhas de memória e linguagem, produz-se no paciente uma mudança na sua personalidade, tornando-se mais desconfiado e agressivo. Utiliza frases curtas, misturando em muitos casos ideias e palavras sem relação entre elas. Continua a manter a sua autonomia para o desempenho das actividades diárias, mostrando sérias dificuldades para o desempenho de tarefas que antes realizava de forma quase automática, como cozinhar ou conduzir. Bloqueia-se e duvida nas soluções de aspectos nos quais antes realizava praticamente sem pensar.

Começam a deteriorar-se as referências do espaço, vai-se debilitando esta relação e acaba por perdê-la. Por ruas onde antes andava, começa a perder-se. Portanto, nesta fase, o doente tentará não se afastar muito de casa.

A desorientação temporal começa por ter problemas para reter as horas, perguntando numerosas vezes que horas são, que dia e mês é, e à medida que a doença avança, perderá a orientação temporal. O seu comportamento muda com o avançar do tempo, deteriorando-se deste modo as relações familiares, respondendo irado e com agressividade verbal aos esquecimentos e perda de objecto, começando a fabular ideias de roubo, acusando os familiares destas e doutras acções, próprias da sua perda de memória.

Em muitos doentes a noite é complicada. Não conciliam o sono devido, entre outros motivos, à desorientação espaço/temporal e mostram-se mais activos. Ante esta perda de capacidade, os doentes começam a sentir-se seguros ao lado do cuidador, que lhes proporcionará a segurança nos seus actos, que eles não têm; face a esta situação, seguem de forma constante o cuidador, querendo sempre estar à sua beira, dentro ou fora do domicílio ou Centro de Dia.