Exames do cérebro

Os médicos podem recorrer a uma espécie de scanografia do cérebro para ver se ocorrem AVC e se existem tumores e outros problemas causais da demência. Além disso procuram saber se existe atrofia cortical – que é a degeneração do córtex (capa exterior) – que é muito comum em muitas formas de demência e que poderia visualizar-se ao realizar-se uma scanografia do cérebro.

Geralmente, o córtex cerebral tem um aspecto muito “enrugado”, com levantamentos de tecidos separados por “vales” (chamados sulcos). Em pessoas com atrofia cortical, a perda progressiva de neurónios faz com que os levantamentos se estreitam e que os sulcos se alargam.

À medida que as células cerebrais morrem, os ventrículos (ou cavidades cheias de fluido que se encontram na parte central do cérebro) expandem-se e ocupam o espaço disponível, chegando a ser maiores que o normal. A scanografia do cérebro pode também servir para identificar alterações na estrutura cerebral e nas suas funções, podendo assinalar a presença da doença de Alzheimer.

Os tipos mais correntes de scanografia do cérebro sãos os TAC e as imagens por ressonância magnética. Geralmente, os médicos pedem um TAC quando examinam um paciente suspeito de demência. Estas scanografias, que usam os raios X para detectar estruturas cerebrais e ataques isquémicos transitórios, alterações nos vasos sanguíneos e outros problemas, como a hidrocefalia e os hematomas subdurais. A ressonância magnética usa campos magnéticos e radiofrequências focalizadas para detectar átomos de hidrogénio nos tecidos do corpo. Pode detectar os mesmos problemas que o TAC, mas indica, mais acertadamente certas condições como a atrofia cerebral e os danos produzidos por pequenos ataques isquémicos.

Usam também os electroencefalogramas (EEG), em pessoas das quais suspeitam padecerem de demência. Num EEG, os eléctrodos colocam-se sobre o couro cabeludo e sobre áreas que correspondem a várias partes do cérebro, para poderem detectar e registar padrões de actividade eléctrica e ver se há anomalias.

Esta actividade eléctrica pode indicar uma disfunção cognitiva numa área ou em todo o cérebro. Muitos dos doentes que sofrem de Alzheimer, de modo mediamente grave, apresentam EEG anormais. Um EEG também é usado para detectar epilepsias e seus ataques, que ocorrem em à volta de 10% dos pacientes com a doença de Alzheimer, assim como em muitos outros transtornos.

Vários outros tipos de scanografia permitem aos investigadores observar o cérebro durante o seu funcionamento. Este tipo, chamado imageologia cerebral funcional, não é muito usado como ferramenta de diagnóstico, mas é uma parte importante da investigação e, finalmente, pode ajudar a identificar demências mais precocemente. As scanografias para medir a função cerebral incluem as imagens por ressonância magnética funcionais, a tomografia por emissão de foton único computorizado, a tomografia por emissão de positões, e a magneto encefalografia.

Umas usam radiofrequências e um forte campo magnético para medir as mudanças metabólicas que ocorrem nas partes activas do cérebro. Outras mostram como se distribui o sangue pelo cérebro, que geralmente aumenta quando está activo. Outra pode detectar alterações no metabolismo da glicose, o metabolismo do oxigénio e do fluxo sanguíneo, todos os que podem revelar anomalias na função cerebral. Outra ainda mostra campos electromagnéticos produzidos pela actividade dos neurónios no cérebro.