Factores psicológicos

Os factores psicológicos exercem, como se sabe, profunda influência sobre o desenvolvimento do indivíduo. Contribuem grandemente para dar ao corpo e ao espírito a sua forma definitiva.

O indivíduo que adquiriu numerosos reflexos reage com sucesso a situações previstas.

Atacado, por exemplo, pode fazer fogo imediatamente. Mas estes reflexos não lhe permitem responder às situações imprevistas e imprevisíveis.

A aptidão para se adaptar vitoriosamente a todas as circunstâncias depende de certas qualidades do sistema nervoso, dos órgãos e do espírito.

Estas qualidades desenvolvem-se sob a influência de certos factores psicológicos.

Sabe-se, por exemplo, que a disciplina intelectual e moral dá maior equilíbrio ao sistema simpático e mais completa integração às actividades orgânicas e mentais.

Estes factores são de duas espécies: os interiores e os exteriores. à primeira pertencem todos os reflexos e estados de consciência impostos pelos outros indivíduos e pelo meio social.

A segurança ou a falta dela, a pobreza ou a riqueza, o esforço, a luta, a ociosidade, a responsabilidade, criam condições mentais que modelam os indivíduos de modo quase específico.

A segunda compreende os estados internos que dependem do próprio indivíduo, tais como a atenção, a meditação, a vontade de poder, a ascese…

O emprego de agentes psicológicos na construção do homem é delicado. Podemos, contudo, dirigir facilmente a formação intelectual da criança.

Professores e livros apropriados introduzem no seu mundo interior as ideias destinadas a influenciar a evolução dos seus tecidos e do seu espírito.

O desenvolvimento das outras actividades psicológicas, tais como o senso moral, o sentido estético, ou religioso, é independente da educação intelectual.

Os factores mentais capazes de agirem sobre estas actividades pertencem ao meio social.

É, portanto, necessário dar à criança um ambiente próprio, rodeá-la de certa atmosfera psicológica.

Hoje é muito difícil dar ás crianças as vantagens resultantes das privações, da luta, da rudeza da existência, e da verdadeira cultura intelectual, assim como as que derivam do desenvolvimento da vida interior.