Metodologia de tratamento

A neuro-reabilitação deve ser concebida como um processo tendente a conseguir os maiores níveis de independência possível, devendo ser o mais intensiva e sistemática, como a única forma de influir no sistema nervoso, além de contar com um serviço de atenção interdisciplinar que acolha todas as disciplinas englobadas neste tipo de reabilitação como um todo, que permita a avaliação e o seguimento entre as áreas intervenientes, como terapia integradora para o complemento dos objectivos.

Tendo como meio fundamental o emprego do exercício físico para o desenvolvimento e reeducação das capacidades motoras e físicas afectadas, nos pacientes com incapacidade de origem neurológica. Um método de trabalho regido por leis pedagógicas (planeado e doseado) que repercutem positivamente nas leis psicobiológicas do organismo. A reabilitação pelo exercício é um processo educativo terapêutico

O exercício físico incrementa os níveis dos factores de crescimento nervoso, estimula a neurogenese, melhora as funções cognitivas e a neuroplasticidade. Até bem recentemente conheciam-se as modificações pressupostas na actividade física, enquanto as funções metabólicas (aumento da respiração, frequência cardíaca…). Agora sabe-se que há mudanças no cérebro que afectam as características funcionais dos próprios neurónios, sendo a neuroplasticidade a responsável por estas mudanças.

O fundamento do trabalho é a neuroplasticidade como princípio fundamental para entender a recuperação positiva que se aprecia depois dum programa de neuro-reabilitação em pacientes com lesões neurológicas do sistema nervoso, pelo qual se devem reger os programas de atenção.

O modo em que a neuroplasticidade do sistema nervoso produz a reorganização cortical quando da lesão, é o mesmo com que o sujeito jovem ou adulto aprende novas tarefas. Foi demonstrado em numerosos estudos que a aprendizagem motora, quando se realiza mediante o exercício físico, mostra maiores resultados na melhoria ou resolução da função danificada depois duma lesão cerebral.

A aprendizagem mediante a repetitiva administração de estímulos, consegue desenvolver a neuroplasticidade, modificando a estrutura física das áreas cerebrais estimuladas através de exercícios específicos de todas e a cada uma das doenças que obstaculizaram a função de um ou mais grupos musculares, favorecendo a recuperação da mesma. A aprendizagem compreende então o reeducar e o reaprender determinada função alterada.