Desenvolvimento da doença de Alzheimer - II

A agnosia consiste numa perda da capacidade de poder reconhecer as pessoas com quem convive. E, embora esta perda não seja total, já que de certo modo reconhece ambientes familiares e conserva a orientação pessoal (sabe o seu nome, idade, local de nascimento), os seus desacertos são cava vez mais frequentes. Por outro lado, o doente torna-se descuidado com a sua higiene pessoal. Já não se prepara como antes; nota-se sujo e descuidado, dá-lhe para não querer tomar banho ou dizer que já o fez, irritando-se se recriminado.

Surgem alguns rasgos do tipo psicótico. Imagina que vê pessoas que não existem, ouve ruídos que mais ninguém ouve ou pensa acreditar seriamente que alguém o procurará.

Começa a perguntar por pessoas que já morreram e todas essas imagens que passam pela sua mente, realmente inquietam-no. Mesmo assim, a repressão de emoções, somadas a uma apatia cada vez maior, começam a tornar-se cada vez mais evidentes.

A dependência em respeito a um cuidador é cada vez maior. As afeições que tinha, as actividades sociais, de ócio e de recreio perdem totalmente de valor, mostrando-se aborrecido, frouxo, apático e sonolento.

Inicia então uma repetição das suas acções raiando o obsessivo. Vagabundeia, percorre a casa por toda a parte, começa a abrir gavetas, arranja a roupa ou os papeis várias vezes ao dia, seu olhar anda e seus olhos parecem ser dois faróis que se movem, muitas vezes em sentidos contrapostos.

Nesta etapa, torna-se óbvio que a capacidade para o pensamento abstracto e a habilidade para levar a cabo operações de cálculo desaparecem por completo. Não pode realizar as mais simples operações, embora possa, talvez, recitar de memória a tabela da multiplicação.

Finalmente, nesta segunda etapa, pode apreciar-se um certo grau de Parkinson, já que é muito comum ver movimentos bruscos das mãos, dos braços ou pés, quando o doente está, por exemplo, sentado ou dormitando.

Na terceira e última fase, apresenta-se uma ampla e marcada afectação de todas e cada uma das faculdades intelectuais. Os sintomas cerebrais agravam-se, acentuando-se a rigidez muscular assim como a resistência à mudança posicional. Podem aparecer tremuras e até crises epilépticas.

O doente de Alzheimer não reconhece os familiares e chega o momento em que desconhece o próprio rosto no espelho. A personalidade que sempre acompanhou a pessoa, desaparece por completo. Os doentes mostram-se profundamente apáticos, perdendo as capacidades automáticas adquiridas, como lavar-se, vestir-se, andar ou comer, e apresentam uma certa perda de resposta à dor.

Mais adiante, surge a incontinência urinária e fecal. Na maioria dos casos, o doente acaba por acamar, com alimentação assistida. No comum, os doentes de Alzheimer morrem atacados por infecções nas vias respiratórias, pneumonia, infecções urinárias ou da pele, com escaras ou outro tipo de complicações.

Hoje não existe nenhum tipo de tratamento eficaz para esta doença, embora se saiba que estão a levar a cabo grandes esforços para tal. A ciência avança e estamos à espera. Entretanto, munamo-nos de paciência e tomemos em conta que ainda estão ao nosso lado e que jamais vamos esquecê-los.