Estimulação cerebral profunda

A estimulação cerebral profunda poderia ajudar a melhorar a memória, segundo sugere um estudo canadiano, que verificou que a estimulação profunda do hipotálamo do cérebro provocou, inesperadamente, recordações detalhadas num paciente.

Esta estimulação eléctrica em áreas do cérebro, usa-se para tratar a doença de Parkinson e outros transtornos do movimento, e estuda-se agora como potencial tratamento para diversas afecções, como a cefaleia e em casos de comportamento agressivo.

A equipa do Toronto Western Hospital avaliava esta estimulação como um possível supressor do apetite, num paciente morbidamente obeso, de cinquenta anos de idade.

Enquanto os investigadores estimulavam os contactos de eléctrodos implantados para identificar os potenciais lugares para a supressão do apetite no hipotálamo, o paciente informou ter-se recordado de ter estado num jardim, com uns amigos, quando tinha vinte anos de idade.

À medida que os investigadores aumentavam a estimulação eléctrica, a recordação tornava-se mais viva.

Este melhoramento da memória ocorreu uma vez mais quando os investigadores repetiram a prova num ambiente duplamente cego. Os contactos dos eléctrodos que resultaram mais efectivos para provocar recordações, localizavam-se próximo do fórnix, um conjunto de fibras que transporta sinais dentro do sistema límbico, que tem a ver com as memórias e as emoções.

Além disso, a estimulação eléctrica aumentava a actividade no lóbulo temporal e no hipocampo, importantes componentes do circuito de memória do cérebro.

Os investigadores encontraram também que três semanas de estimulação contínua do hipocampo, levaram a melhoras significativas nos resultados do paciente em provas de aprendizagem. Também pôde recordar melhor pares de objectos não relacionados durante a estimulação.

Os autores do estudo concluíram que “da mesma maneira que esta estimulação pode influir sobre os circuitos motores e límbicos, poderia ser possível aplicá-la para modular a função da memória e, ao fazê-lo. Obter uma melhor compreensão dos substratos neuronais da memória.