A censura

Os censores destas verdades não têm mais que experimentar. Das teorias omnívoras do alimento para o homem, só se tem obtido a degenerescência da raça que, todos os dias se acorrenta a novos vícios.

A higiene naturista procura abalar toda a medicina e dietética usual.

Curar sem remédios, viver sem alimentos sanguíneo e de fogo, tal é o campo que se defronta a todos os que prezam o seu bem-estar.

Acontece que renegamos o que os mestres ortodoxos nos ensinaram, lastimando os anos que passamos a ler livros e a ter lições que consideramos saídas do erro.

Somos dissidentes do que nos fizeram aprender – a medicina das drogas químicas.

Também nós fomos educados no velho e falso preconceito da pseudo-ciência de que a carne, carne cria.

Na sequência, porém, de estudos e experiências, chegamos à conclusão nítida e indiscutível de que o homem pode viver só dos produtos da terra e crus!.

E nesse regime inatacável e puro, honesto, libertador e digno vivemos. Dos benefícios colhidos, que não quisemos guardar só para uso próprio, fazemos a divulgação.

Todo o amontoado de noções sobre medicina, a maioria delas falíveis, que aprendemos nos livros e nas universidades, serviu-nos para confronto e para poder discriminar o bom e o mau.

A ideia de que a carne é um alimento impróprio do homem, é tão patente, que chega a parecer inacreditável que no século XXI médicos a comam e a aconselhem.

Mas não é só a carne, como todo o produto que seja preciso cozinhar ou deixar fermentar, é prejudicial à síntese biológica. O fogão, eis o inimigo; o lume, eis o agente morbígeno e certamente o maior de todos.

A culinária perverteu todas as funções humanas. Ora o caldo de carne é o representativo de toda essa fobia de alimentação postiça com que a humanidade se intoxica e mata. Examinemos o líquido.

Se as nossas palavras conseguirem demonstrar o mínimo valor nutritivo da sopa, temos deitado abaixo este enraizado preconceito do passado.

Socorramo-nos de quem estudou. O professor Liebig, refere: “O caldo de carne é uma solução de creatinina, a qual pertence à série orgânica dos mais terríveis venenos”. O Dr. Klenke diz: “É preciso afirmar que o caldo é uma geleia que só se encontra no sangue doente”. O professor Virchow fala deste modo: “O caldo não alimenta, porque as substâncias extractivas aromáticas não servem senão para excitar. O caldo é água e mais água, com geleia, gordura, sais e substâncias extractivas. Uma raça nervosa suspira por tais excitantes; uma raça saudável evita-os sem perigo para o seu desenvolvimento”. O Dr. Brunton acrescenta: “O extracto da carne é um veneno mortal”.

Experimente, cada um deitar num tubo de ensaio um pouco do melhor caldo de galinha filtrado; noutro tubo de ensaio quantidade igual de urina. A cor assemelha-se e, se o cheiro é diferente, à medida que o tempo passa, aproxima-se um do outro. A urina humana é formada também de água, sais, substâncias extractivas…, como refere o saudoso professor Virchow a respeito do caldo de carne. Cada qual poderá procurar um químico inteligente que faça a comparação laboratorial, e ele o esclarecerá.