Relembrando a doença de Alzheimer - II

Para os especialistas, “se pudéssemos atrasar cinco anos o aparecimento da doença, para 2040, conseguiríamos reduzir para metade a prevalência do Alzheimer”, pelo que se aponta a necessidade de que os médicos de família controlem, da mesma forma que o fazem com o colesterol, os sintomas associados a este transtorno.

Apesar de que, todos os dias se saiba mais sobre esta doença, que afecta as partes do cérebro que controlam o pensamento, a memória e a linguagem, ainda se desconhece a causa exacta da mesma e “hoje não se dispõe de um tratamento eficaz”.

Os investigadores desta doença estão a centrar-se em duas lesões associadas a esta patologia, como as placas neuríticas e os óvulos fibrilares.

O Alzheimer é a causa mais frequente de demência nos anciãos, é um transtorno degenerativo, produzido pela perda gradual de neurónios cerebrais, cuja causa é desconhecida. Trata-se duma doença muito rara em pacientes jovens, ocasional nos de meia idade e com maior frequência à medida que os anos passam.

Esta doença pode definir-se como sendo um quadro de deterioração neuronal, onde para além da memória, o doente vai perdendo as suas funções cognitivas de maneira progressiva e irreversível. Geralmente faz-se acompanhar de alterações do comportamento que ocasionam grande demência do doente, supondo uma enorme carga para as famílias.

Os sintomas da doença incluem incapacidade para aprender nova informação: problemas para falar e expressar-se com clareza, ou para reconhecer objectos. Os doentes, além disso, podem sofrer uma mudança na sua personalidade; dificuldades para trabalhar ou levar a cabo actividades habituais. Por vezes podem apresentar sintomas similares à depressão (como tristeza ou problemas de adaptação) ou ansiedade.

O diagnóstico da doença de Alzheimer é baseado nos sintomas clínicos e na utilização de técnicas de neuroimagem, que visualizam alterações anatómicas e circulatórias (de depressão) e do metabolismo neuronal.

No que respeita o tratamento, até agora, sabe-se que continua a ser paliativo: fármacos que melhoram os sintomas cognitivos, como os inibidores da colinestrasa; medicamentos para as alterações do comportamento, tipo antidepressivos, antipsicóticos ou hipnóticos; técnicas de estimulação, e tratamento das complicações derivadas do estado do doente.

O futuro pode ser promissor, já que actualmente se investigam técnicas de estudo desta doença, identificando pessoas/doentes de risco.

Os objectivos terapêuticos de investigação baseiam-se no controlo dos sintomas existentes, a paragem ou atraso da progressão da doença depois do diagnóstico, modificando a sua fisiopatologia e o atrasar da presença de sintomas em pessoas de risco.

O que se sabe actualmente da doença de Alzheimer não tem nada a ver com o que se sabia há dez anos. Caminha-se a uma velocidade não vertiginosa, mas boa, pelo que não teremos de esperar mais cem anos para a curar.

É imprescindível que o mundo académico e universitário, a indústria farmacêutica, os governos e os grupos investidores sejam capazes de realizar o esforço necessário, superar as barreiras existentes e encontrar incentivos para descobrir os medicamentos curativos desta doença.