Competências e decisões autónomas

Quando a situação do doente está muito deteriorada, como ocorre nas fases médias e avançadas da doença de Alzheimer, e o paciente é claramente incompetente para tomar decisões acerca do seu tratamento, deve procurar-se um familiar ou pessoa encarregada do seu cuidado.

O papel do familiar ou cuidador é essencial em atenção a estes pacientes, é difícil separar os interesses de cada parte. O cuidado destes pacientes é muitas vezes o centro da existência do cuidador, que além disso modifica, de forma negativa, a qualidade da sua vida. As decisões podem ter importantes repercussões económicas e emocionais da vida de ambos. Pacientes e cuidadores. É importante ter em conta dar abertura às necessidades e carências dos familiares com a sua própria responsabilidade sobre o paciente.

Autores como Weinstock e outros, propõem a ideia de valorizar a competência para outorgar o consentimento informado, mediante o estabelecimento dum índice risco/benefício. Deveria avaliar-se o paciente mediante a apresentação de várias suposições nas quais variasse o risco/benefício.

Outros estudos de grande interesse na competência do paciente, são os realizados por Reisberg ee outros sobre a autocrítica e a negação da psicopatologia.

Estes autores consideram que os pacientes com a doença de Alzheimer em estádios evolutivos iniciais, apresentam uma boa capacidade de autocrítica na sua psicopatologia, que coincide com a visão dos seus familiares.

No entanto, os pacientes com uma doença mais evoluída, apresentam uma menor autocrítica da sua deterioração cognitiva, o que a torna francamente evidente ao compará-la quantitativamente coma a avaliação dos familiares que convivem com o paciente.

Estes dados podem ter uma grande importância na hora de avaliar a capacidade de outorgar um consentimento informado e correlacioná-la com a avaliação da doença.