Forma de acção

Como agem, na formação do nosso corpo e da nossa consciência, as partículas de substância nuclear, os genes que recebemos dos nossos antepassados? Em que medida depende da do ovo a constituição do indivíduo?

A observação e a experiência mostram que certos aspectos do indivíduo já existem no ovo, e que outros são unicamente virtuais.

A influência dos genes exerce-se, pois, quer inexoravelmente impondo ao indivíduo caracteres que se desenvolvem necessariamente, quer sob a forma de tendências que podem realizar-se ou não, segundo as condições do desenvolvimento.

O sexo fica determinado desde o momento da união das células paternas e maternas. O ovo do macho futuro possui menos um cromossoma do que o da fêmea, ou um cromossoma atrófico.

Devido a esta última característica, todas as células do corpo do homem diferem das do da mulher.

A idiotia, a hemofilia, a surdo-mudez são, como se sabe, defeitos hereditários.

Certas doenças, tais como o cancro, a hipertensão, a tuberculose…, transmitem-se também de pais para filhos, mas sob a forma de tendências. As condições do desenvolvimento podem impedir ou favorecer a sua produção.

O mesmo sucede com o vigor, a actividade corporal, a vontade, a inteligência, o juízo. O valor de cada indivíduo é em grande parte determinado pelas suas predisposições hereditárias.

Mas, dado que os humanos não são de “raça” pura, é impossível prever o que produzirá um determinado casamento, uma determinada união.

Sabe-se apenas que, nas famílias dos indivíduos “superiores”, há mais probabilidades de que as crianças pertençam a um tipo “superior” do que se nascessem duma família “inferior”.

Mas o caso das uniões nucleares faz com que na descendência dum grande homem apareçam filhos medíocres, e com que surja um grande homem duma família “obscura”.

A tendência para a superioridade não é, como a loucura, irresistível.

O eugenismo não consegue produzir tipos superiores senão em certas condições de desenvolvimento e de educação. (Porque todos os homens são iguais entre si, embora alguns possam pretender o contrário).

Por si só não é capaz de melhorar muito os indivíduos, nem tem aquele poder mágico que o público lhe atribui.