Na doença de Alzheimer - I

Manter-se auto-motivado a longo prazo, auto-reforçar-se nos êxitos e felicitando-se por tudo o que de bom se vai fazendo, pode ajudar a manter a saúde física e mental. O cuidador ou familiar não deve fixar-se apenas nas deficiências ou falhas que aconteçam. Os cuidadores devem fazer um intervalo diário de pelo menos uma hora e permitir-se uma merecida folga semanal fora do contacto com os doentes. O exercício físico elimina as toxinas e esvazia a mente. Assim:

• Evitar o isolamento, obrigando-se a manter o contacto com amigos e familiares, devendo não ficar enclausurado.
• Deve saber pôr o limite às exigências excessivas dos doentes, sabendo dizer “não” sem se sentir culpado por isso.
• Devem expressar-se abertamente as frustrações e medos, sem receio e aos outros membros da equipa; poderá ser o melhor escape emocional.
• Devem planear-se as actividades semanais e diárias, estabelecendo prioridades, fazendo a diferença entre o urgente e o importante.
• Deve promover-se a independência do doente, valorizando o que o doente pode realizar por si próprio, mesmo que o faça incorrectamente.

Deve ter-se em conta que nem todas as perdas de memória devem ser atribuídas às demências.

1 – Negligência benigna senescente – senil : também chamada “afecção da memória associada à idade”. Caracteriza-se por uma perda de memória um tanto superior ao conceito de “são”. Acontece sobretudo em indivíduos com mais de cinquenta anos, que se queixam de problemas de memória na vida quotidiana, apresentando um desvio, mas que não cumprem os critérios de uma demência.

2 – Pseudodemência: ou demência derivada de fortes depressões, resolvíveis clinicamente. As pessoas queixam-se de indecisão frequente, diminuição da concentração e um lento processamento da informação.

As demências são síndromas neuropsicológicos com um sintoma comum, imprescindível para o seu diagnóstico. Incapacidade para aprender novas informações, geralmente originadas por uma danificação cognitiva.

É preciso sofrer de perda de memória para ser considerado demente. Talvez o mais trágico seja que, antes da perda de memória, não se perca a consciência, o que conduz a um grande sofrimento dos doentes, quando se apercebem do problema que os afecta.

A demência não implica uma desordem progressiva irreversível. Nos casos de lesões cerebrais traumáticas, assim como na toxicodependência, frequentemente ajustam-se ao critério de demência, embora o seu funcionamento cognitivo melhore com o decorrer do tempo Nestes casos, cumprir-se-á a chamada lei de Robot: recupera primeiro o mais antigo e depois o mais recente, sem chegar a recuperar o imediatamente anterior ao acidente ou doença.

Para poder realizar-se um diagnóstico precoce da demência, há três factores a ter em conta:
1 – A simples recordação livre; depois de ler uma folha de papel e repetir em voz alta; é uma técnica, talvez a mais efectiva, para diferenciar os indivíduos demenciados dos sãos.

2 Uma análise retrospectiva da sua vida, é também muito útil, já que as pessoas com vidas com pouco interesse pela cultura são muito mais vulneráveis.

3 – Outras técnicas existentes, dependendo a sua aplicação da necessidade e vontade de quem se apresta a fazer o diagnóstico. Ou o psiquiatra ou o neurologista.