Maiores riscos entre os latinos

Um estudo nos Estados Unidos, em 1079 homens e mulheres de idade avançada, estabeleceu que os pretos que carecem dum gene têm quatro vezes mais probabilidades que os brancos anglo-saxões de contrair a doença, enquanto que o risco para os latinos é o dobro que o dos outros anglo-saxões.

Nesses casos descartou-se a influência que possam ter outros factores, como a idade, sexo, educação, hipertensão e antecedentes familiares de demência.

Segundo o estudo, prevê-se que à volta de 10% da população anglo-saxónica que carece do gene contraia a doença, disse Mayreuz.

Já se sabia que há maiores taxas de pretos e latinos que possam apresentar esse mal, embora os números não estejam certos.

Os resultados da análise são novidade porque sugerem novos enfoques para compreender plenamente as causas da doença, escreveram Walter A Kukula e George M Marytin, num editorial que acompanha a investigação. Ambos estão relacionados com o centro para Investigações da Doença de Alzheimer na Universidade de Washington, estado de Seatle.

Entrevista com um familiar de doente de Aqlzheimer

Com o objectivo de aprofundar o tema da doença de Alzheimer e saber como se convive com alguém que sofre desta doença, foi mantida uma conversa com a neta de um doente, falecido com 98 anos.

Pergunta: Quando começaram a aperceber-se que o seu avô sofria de Alzheimer?

Resposta: Realmente não soubemos que sofria, até que a doença já tivesse progredido consideravelmente, já que os esquecimentos e mudanças de humor eram normais, devido à sua avançada idade.

P: O seu avô vivia com a família?

R: Sim, viveu connosco até os dois últimos meses, quando decidimos colocá-lo num lar.

P: Qual a causa da vossa decisão para o colocarem num lar?

R: Encarregar-se de um doente de Alzheimer requer muito tempo e muita paciência. Todos cuidamos sempre dele, mas acreditamos que estaria melhor num lar, onde estivessem mais e melhor preparados para o tratar.

P: Que destacaria dos sintomas sofridos pelo seu avô?

R: Sobretudo as mudanças de humor constantes e a agressividade.

P: Tomava algum tipo de medicação?

R: Tomava medicamentos para descansar mais e tranquilizá-lo, devido às mudanças de humor e à agressividade. Foi o seu médico quem os receitou.

P: Acredita que apesar da doença o seu avô sabia que estava num lar?

R: No momento do internamento já não sabia onde estava e o facto não lhe causou nenhum trauma.

P: Que destacaria do desenvolvimento da doença no seu avô?

R: Sobretudo a agressividade. Quando íamos visitá-lo ao lar, passeávamos com ele; ia numa cadeira de rodas e queixava-se, levantava a voz dizendo que queria andar a pé. Sabia que não ia a andar, mas não sabia que não o podia fazer, pelo que ia na cadeira.

P: Se conhecesse outra pessoa que tivesse algum familiar doente de Alzheimer, que conselhos lhe daria para tratar dele?

R: Que tenham toda a paciência do mundo e que se o doente está num estado muito avançado, que saibam que não o entendem, por muito que as razões das coisas, e se não se vêm capazes de tomar a cargo o doente, que tentem interná-lo num lar.

Conversa com um cuidador

Pergunta: O que é mais difícil de trabalhar com doentes de Alzheimer e de outras demências?


Resposta: O pior é tentar explicar-lhes as coisas e que não compreendam. Depois de trabalhar uns anos, no fim sabe-se que não vão entender, o que se deve compreender filosoficamente, embora a princípio nos possamos sentir impotentes por querer fazer-lhes entender as coisas e não notar nenhuma resposta da sua parte.

P: Podia explicar em que consiste um dia no lar?

R: Normalmente entramos às oito e meia e às nove começamos a levantá-los, a dar-lhes banho e seguidamente o pequeno-almoço. Isto requer muito tempo, já que não há praticamente nenhuma colaboração da sua parte.
Quando acabámos, damos um passeio se o tempo permitir, ou ficam lá dentro vendo alguns a televisão, outros conversam entre si, jogam… fazem exercício físico…

Conclusão

Interessa saber e compreender este trabalho, porque esta doença pode manifestar-se em qualquer pessoa e é interessante saber os tratamentos e as inovações que se conseguem graças à ciência. A troca de impressões, conhecimentos e saberes entre as instituições que se dedicam a estes doentes é cada vez mais fundamental

O facto de ter conhecido várias pessoas que sofreram e sofrem desta doença, e observar o desenvolvimento da mesma, a deterioração que pode chegar a sofrer uma pessoa nas suas capacidades intelectuais, toca-me profundamente.
É bom saber que todos os dias se conhecem mais coisas para travar o desenvolvimento da doença e suas causas, porque as pessoas atingidas pela amargura demencial e de Alzheimer merecem todo o respeito e carinho.

PS: Ao dizer "pretos" não se está tocado por qualquer ideia racista.