O princípio da justiça

Dar a cada qual o que é seu, merecido, próprio, necessário, está vinculado, em primeira instância, ao projecto social do modelo económico que impera na sociedade.

Enfermagem Gerontológica

O termo Enfermaria Gerontológica foi definido em 1981 pela Associação Norte-americana da Enfermagem (ANE), como profissão que abarca a promoção e manutenção da saúde, a prevenção das doenças e o fomento do auto-cuidado nos doentes mais velhos, dirigidos para a restauração e alcance do seu óptimo grau de funcionamento físico, psicológico e social; abarca também o controlo das doenças e a oferta da comodidade e dignidade até à morte. Os princípios que regem a sua actuação, são:

1 – Na maleficência. É o que defende que nenhuma acção da pessoa deve ser orientada para o mal.

2 – Beneficência, É a que defende que todos os actos sejam orientados para fazer o bem e estejam justificados em si mesmos.

3 – Fidelidade. É um sinónimo de amor, respeito, compromisso. Significa ser fiel aos interesses dos doentes que se atende, por cima de qualquer outro interesse, sempre que não interfiram com os direitos dos outros. É o cumprimento das obrigações e compromissos contraídos com o doente, sujeito ao seu cuidado, entre os quais se encontra guardar segredo profissional.

4 – Veracidade. Está vinculado com o exercício responsável da profissão. Dizer a verdade ainda que esta coloque o profissional numa situação difícil, ao ter que admitir ter cometido um erro.

5 – Autonomia. É o que defende a liberdade da pessoa para estabelecer as suas próprias normas, valores e tomar decisões em quaisquer âmbitos da sua vida.

6 – Justiça. Está relacionado com as leis que a sociedade estabeleceu e que são aplicáveis ao conjunto dos sujeitos sociais sem excepção, especialmente no relacionado com a justiça distributiva.

Os princípios expostos, tomados individualmente, podem ser aceites sem problemas. No entanto, as dificuldades ou mais princípios rivalizam entre si para conseguir o domínio da prática de Enfermagem.

Estas tensões entre os diferentes princípios éticos são mais significativos no cuidado de doentes com demência ou doença de Alzheimer, já que são pessoas cronicamente deterioradas, e com doença prolongada (2 a 20 anos) na sua evolução.

Princípios éticos

Os direitos e interesses das pessoas afectadas põem esta doença, frequentemente misturam-se e entram em conflito com as necessidades dos seus familiares ou cuidadores. Como consequência do carácter progressivo e crónico da demência, a planificação da futura incapacidade por parte do doente, e da família, podem evitar muitos dos transtornos e conflitos que possam surgir durante a longa evolução da doença. Tal planificação deve abranger os seguintes aspectos:

• Realizar as gestões oportunas para assegurar que à esposa ou marido e outros membros da família, não as afecte a economia pelos custos indirectos gerados pela doença.
• O doente deve dispor, o maior tempo possível, dum controlo adequado sobre a sua vida.
• Fazer com que a família entenda e, sobretudo, aceite a doença. A longa evolução, de anos, da doença, faz com que nas primeiras etapas o doente possa requerer acompanhamento e assistência prioritária em decisões legais do tipo de incapacidade, atitudes terapêuticas e outros aspectos, com o fim de lhe dar protecção, presente e futura. Nas fases mais avançadas, e terminais, pode precisar, basicamente, de assistência do tipo testamentário.