O que é a doença de Alzheimer?

Uma teoria, que tinha muitos adeptos até há relativamente pouco tempo, era a de que a doença tem a sua origem numa deficiência dum neurotransmissor (uma substância cujo trabalho é enviar mensagens duma célula nervosa a outra), chamado acetilcolina. Ainda que no cérebro dos pacientes com a doença de Alzheimer existam deficiências de acetilcolina, actualmente acredita-se que estas não são a causa da doença, mas que estas deficiências são resultado dos danos cerebrais causados pela doença de Alzheimer.

Duas teorias mais recentes têm a ver com a acumulação de certas proteínas no cérebro. Uma delas relaciona-se com anormalidades duma proteína chamada “tau”, que se acumula no interior das células nervosas, formando o que se chamou “nódulos neurofibrilares”. Estes são formados por fragmentos de proteína que obstruem o funcionamento do neurónio.

A outra é uma proteína anormal chamada beta-amiloide. Esta deposita-se no exterior dos neurónios, produzindo o que se conhece como placas senis, formadas por esta proteína e neurónios mortos ou em processo de morrer e outras células e placas neuríticas, que se formam quando á volta destas proteínas se acumulam produtos de neurónios mortos.

No cérebro de todas as pessoas de idade avançada, encontra-se um certo nível destas mudanças. No entanto, nos pacientes da doença de Alzheimer, a quantidade destas é muito maior. E, alguns investigadores pensam que a presença destas placas e nódulos, possivelmente não serão a causa da doença de Alzheimer, mas um sintoma da mesma, causado por outro processo ou alguma substância que é realmente a causa da doença.

Também se estuda presentemente a influência de processos oxidantes do cérebro.

É importante assinalar que nenhuma das teorias exclui as outras. É possível que uns casos de doença de Alzheimer sejam causados ou desencadeados por algum destes factores e outros casos por outros. É possível também uma combinação de factores no desenvolvimento desta condição.

Recentemente prestou-se atenção á influência de factores genéticos. Um estudo recente, levado a cabo na Universidade da Califórnia do Sul, parece indicar que os factores genéticos são mais importantes que o que até agora se tinha pensado.

Existe outra evidência à qual recentemente se prestou atenção, que parece indicar que a doença de Alzheimer e a diabetes têm origem comum. Descobriu-se que durante as primeiras etapas da doença de Alzheimer, os níveis de insulina no cérebro e a quantidade de receptores a esta hormona baixam.