Renovação social

País que se renova socialmente, necessita de se modificar fisicamente para vencer, para poder trabalhar sem maus estimulantes.

O japonês, alimentado de arroz, derrotou o russo que comia carne e a sua sopa nauseante.

Os portugueses e os brasileiros para ocuparem um lugar de destaque no mundo, precisam de seguir a alimentação natural, receber o sol na pele e o ar puro nos pulmões.

Que raça de gigantes não será a nossa quando reformarmos a nossa vida, tornando-a natural?

Condições físicas, económicas e morais de nova espécie se criarão. Se o homem fosse carnívoro, compreendia-se que comesse carne, mas crua, como faz o cão e o lobo.

O homem só devia alimentar-se de produtos crus: frutos, raízes, tubérculos e folhas de plantas. Transitoriamente, o regime de cereais e vegetais cozinhados é proveitoso, mas só como intermediário. O regime natural é conservador da vida e não deformador da saúde.

Poder-se-á viver sem o cadáver esquartejado dos animais e sem o seu extracto liquefeito? Certamente, pois mais de metade da humanidade não mata para comer e vive de alimentos oriundos da terra.

Pode dizer-se que é quase só a gente civilizada que se banqueteia com cadáveres; mas para lhe tragarem os músculos e as miudezas, empregam ainda, na cozinha complexa, o embalsamento por meio do sal e do vinagre, dois venenos terríveis, e da pimenta e dos sinapismos de mostarda…

Entretanto, pode viver-se de nozes, de maçãs e laranjas, por exemplo, ou de frutos equivalentes, como a terra os produz.

Refere Th. Hahn, que o homem pôde viver longos anos sem tal civilização. Os espanhóis quando descobriram a Ilha dos Ladrões, encontraram um povo forte, que nunca tinha visto o fogo e que andava despido: vivia somente de frutos e raízes.

Os homens podiam transportar facilmente 250 quilos aos ombros, e duravam mais de 150 anos sem doenças. Depois pecaram alimentando-se de carne e do caldo respectivo. Hoje é um povo que sofre os defeitos inoculados pela conquista da morte antecipada, a que o levou o progresso da culinária.

Haverá inconvenientes em fazer a normalização nesta altura evolutiva? Não. Quem o duvida? A população portuguesa, se não matar para viver, será rica; mas se apagar os fogões e as lareiras, então será riquíssima.

Portugal produz ou pode produzir alimentos para a população inteira se a terra for sabiamente cultivada e deixar de importar praticamente tudo quanto come e quanto veste.