Como progride a doença de Alzheimer


Denver, Estados Unidos.

Os cientistas identificaram variações num par de genes que possivelmente determinam o momento em que a doença decide ou não atacar os anciãos.

As descobertas nos grandes estudos da susceptibilidade genética à doença de Alzheimer, são especialmente promissoras, dizem os cientistas, porque ajudam a esclarecer o complexo progresso do mal incurável na sua manifestação mais comum.

Essa manifestação, denominada mal de Alzheimer de aparecimento tardio, torna-se presente depois dos 60 anos de idade. Pelo menos, um dos genes parece operar uma conjunção crucial com outros genes associados com a doença, com os quais constitui um banco apropriado para o ensaio de potenciais terapias.

Os resultados dos estudos em laboratórios de Bóston e Baltimore, foram publicados na edição de Agosto da revista Nature Genetics.

A maior parte da investigação genética girou à volta da modalidade de aparecimento precoce do mal, que afecta pessoas de aproximadamente 50 anos.

Mas 90% dos 4 milhões de doentes de Alzheimer nos Estados Unidos, sofrem da modalidade de aparecimento tardio, contraído depois dos 60 anos.

Os referidos estudos poderiam facilitar o surgimento de novos tratamentos, baseados em genes ou medicamentos directamente no ponto de composição das interacções chave das proteínas no cérebro dos doentes de Alzheimer.

No entanto, os cientistas advertem que a doença está a ser muito mais complexa que outras, e oferece muito maior número de variantes, e que um enfoque biológico talvez não seja o comum para todas as versões da doença.

“Se se conseguir responder, será de considerar ter metido uma lança em África”, disse Steve Moldin, da Ramo Investigação Genética do Instituto Nacional de Saúde Mental”.

• O Ibuprofeno pode ajudar na doença de Alzheimer

Março – 1997 – S. Francisco – Califórnia
Um perito em epidemiologia disse, numa reunião internacional em S. Francisco, que o uso do AINE’s (Fármacos Anti-inflamatórios não Esteróides) pode reduzir o risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer .

O Dr. Walter Stwart, Professor Adjunto de Epidemiologia da Escola Johns Hopkins de saúde Pública, em Baltimore, disse numa reunião que, “temos observado com evidência consistente que a inflamação está ligada ao desenvolvimento de Alzheimer. Portanto, faria sentido que a medicação anti-inflamatória pudesse baixar a progressão da doença, ou até desempenhar um papel na sua prevenção”.

A primeira vez que se publicou o estudo foi na edição de Neurologia de Março de 1997. Controlou o uso de medicação em 1.686 homens e mulheres idosos durante um período de 14 anos, desde 1990 a 1985. Aqueles que tinham tomado os AINE’s tiveram uma redução de entre 30 a 60% de risco de desenvolver a doença de Alzheimer, comparado com os que não tomaram AINE’s ou tomaram medicações para a dor. Somente aqueles que tomaram AINE’s que não fosse aspirina, como o Ibuprofeno ou o Naproxeno, experimentaram uma redução significativa no risco. Além disso, a redução foi maior para aqueles que tomaram AINE’s – não Aspirina – durante um período de tempo mais longo. Nem a Aspirina nem o Paracetamol pareceram oferecer protecção significativa.

Outros estudos ainda observaram o nexo entre os AINE’s e a doença de Alzheimer: o Dr. Stwart foi a primeira pessoa que demonstrou que a duração incrementada pelo uso de AINE’s está associada ao risco decrescente da doença de Alzheimer e faz finca-pé na necessidade de mais ensaios clínicos para provar, de modo concludente, que um AINE específico pode conferir protecção. Os investigadores tomam precauções contra a venda massiva de AINE’s, dado que o uso crónico se associa com um número de efeitos adversos.