Compreender a doença de Alzheimer

O tempo que resta de vida a uma vítima da doença de Alzheimer é, geralmente reduzido, embora o paciente possa viver entre três a vinte anos após o diagnóstico. A fase final da doença pode durar desde alguns meses até vários anos, durante os quais o doente se torna cada vez mais imóvel e disfuncional. Os prestadores de assistência deverão compreender as fases desta doença para ajudar a determinar as suas próprias capacidades para tratar esta doença tão triste.

Geralmente os médicos não dizem aos doentes que estão afectados pela doença de Alzheimer. Os estudos indicam que a progressão pode desacelerar com esforço intelectual e a maioria dos medicamentos a nível da investigação em ensaios realizam-se nas fases iniciais. Se um doente de Alzheimer expressa a necessidade de saber a verdade, deve ser-lhe dita. Então, tanto o prestador de assistência como o doente poderão começar a abordar os assuntos desta doença incapacitante que podem ser controlados, como por exemplo o acesso a grupos de apoio e medicamentos em investigação.

Os doentes de Alzheimer mostram oscilações abruptas do estado de ânimo e podem tornar-se agressivos. Parte deste comportamento errático é causado por alterações químicas no cérebro. Mas, sem dúvida, também se podem atribuir à terrível e real experiência de perder o conhecimento e a compreensão à sua volta, causando o medo e a frustração que já não pode expressar verbalmente. É importante que o prestador de cuidados controle o ambiente, mantendo as distracções e o mínimo ruído, e falando claramente. A maioria dos especialistas recomendam falar lentamente ao doente com Alzheimer, mas alguns prestadores de cuidados sugerem que os doentes respondem melhor a frases claras, pronunciadas rapidamente, que podem lembrar mais facilmente. Os prestadores de cuidados deverão manter uma atitude o mais neutral possível; muitos doentes de Alzheimer são extremamente sensíveis às emoções implícitas dos prestadores de cuidados e reagem negativamente a sinais de condescendência, ira e frustração.

Embora se preste bastante atenção às emoções negativas dos doentes de Alzheimer, inclusive depois que as suas capacidades verbais tenham desaparecido.

Alguns não parecem infelizes mas em estado místico ou similar ao produzido pelo efeito duma droga, à medida que o passado e o futuro lhes escapa. A estimulação deste estado pode oferecer algum consolo ao prestador de cuidados.

Um estudo concluiu que a ansiedade e a frustração podem ser aliviados vendo filmes ou vídeos, ou ainda álbuns de fotografias da família e os factos do passado do doente. Os doentes de Alzheimer podem tornar-se desiludidos e impacientes, pelo que se deverá devolver-lhes a tranquilidade e dirigir para outras actividades. Não existe uma só personalidade na doença de Alzheimer, do mesmo modo que não existe uma só personalidade humana.

Cada doente deverá ser tratado como o indivíduo que ele ou ela continua a ser, mesmo depois de o ser social ter desaparecido.

Para os prestadores de assistência, assear os pacientes pode ser uma experiência inútil. Por um lado, muitos doentes resistem a tomar banho. Alguns cônjuges só o conseguem tomando banho conjuntamente com o doente. Amiúde o doente com Alzheimer perde o sentido da cor e do desenho, pelo que vestirá roupa que não combina. Isto pode ser muito frustrante para um ente querido, em particular, já que a vergonha é uma emoção comum e dolorosa. É importante manter o sentido do humor e aprender que batalhas valerá a pena travar e quais se devem abandonar.