Manter a auto-estima

Tanto a auto-estima como o respeito são coisas que nunca devemos esquecer-nos ser nosso dever ter em conta para com as pessoas afectadas de demência e Alzheimer.

• Não ralhar ou ferir sentimentalmente a pessoa, ou tratá-la como se fosse uma criança; a conversação deve ser simples, mas permanecer num nível de adultos.
• Continuar a partilhar actividades e passatempos com a pessoa, mostrando-lhe o valor e importância dos mesmos.
• Animá-la em tudo o que fizer, felicitando-a e fazendo-lhe saber que o seu trabalho ajudou plenamente.
• As pessoas, retêm sentimentos e emoções, embora eles não possam compreender o que se diz; por isso, fazer todo o possível ao nosso alcance para preservar a sua dignidade e auto-estima.
• Nunca se deve discutir com a pessoa doente, ou em frente a outras sobretudo, como se não estivessem presentes, ainda que se possa pensar que os nossos doentes não compreendem, porque não corresponde à verdade.

A maneira de se falar é de grande importância

• Permanecer tranquilo, ser amável e cortês, dizer-lhe frases curtas e simples, focando uma só ideia de cada vez. Falar-lhe de acontecimentos específicos que possam recordar outras coisas simples e quotidianas, como o tempo ou a temperatura.
• Dar-lhe tempo para que o que se diz possa ser interpretado. Repetir-lhe a mesma coisa por outras palavras, pode ser muito útil.
• Falar lenta e claramente, sem levantar o tom de voz.
• Incluir na conversa informação que a ajude a perceber melhor. Saber onde se encontra…, saber o que se passa à sua volta, quem somos, pode-os fazer sentir menos confusos e mais seguros. Não nos devemos importar que nos tratem por “tu”, nunca retribuindo o tratamento.
• Orientá-los utilizando nomes familiares, como por exemplo: “O seu filho Pedro”, “É a sua neta Amélia”, “É a D. Josefina, que trabalha connosco”.
• Centrar-se nos sentimentos mais que no conteúdo da conversa ou palavras.
• Nunca tentar fechar-se ou desencadear discussões estéreis e manter a informação o mais simples possível.

Ambiente educado

A pessoa doente deve gozar de um ambiente o mais agradável possível.

• Evitar ruídos ou actividades maçadoras, tais como: ter a televisão e o rádio ligados ao mesmo tempo, ter muitas visitas, ou estar no meio duma festa com grande alvoroço.
• Assegurar-se que os óculos, aparelhos auditivos e dentaduras estejam correctamente no seu sítio e sejam as prescritas.
• Não se mexer, permanecer quieto enquanto se fala com a pessoa; será mais fácil para ela poder segui-lo e compreenderá melhor. A mover-se, que seja lenta e tranquilamente.
• Manter as mesmas rotinas ajuda a minimizar a confusão e pode contribuir para uma melhor comunicação e entendimento.
• Sentar-se ao lado da pessoa, nunca numa posição acima dela; manter o contacto visual, olhando-a nos olhos.
• Quando se estiver em grupo, devemos assegurar-nos que o doente não está no topo da mesa oui do sofá. É melhor sentar-se a meio, para que não se sinta fora do grupo.

Simplificar as actividades

• Dar instruções passo a passo. As instruções devem ser simples e fáceis: por exemplo, ao vestir a pessoa, falar da peça de roupa seguinte que deva vestir, ajudando-a a fazê-lo. Nunca lhe dizer: “Aqui tem as calças, a camisa, os sapatos e assim sucessivamente”.
• Fazer com que, enquanto se vai vestindo, ajudada, se junte à conversa, ainda que as suas respostas sejam curtas. Perguntar-lhe se gosta da camisa que se tem vestida ou se gostou da comida, apesar de se poder imaginar que a resposta será: “Não… não gostei da comida!”

Encontrar as palavras

• Se a pessoa tem dificuldades para encontrar uma palavra, deve pedir-se-lhe que explique de outra forma, tentado adivinhar e perguntar-lhe se é isso que quer dizer.
• Ajudá-la mas não resolver toda a tarefa. Dizer-lhe a primeira e a segunda letra da palavra que procura. “Um copo de l…”, “um copo de le…”, “Leite, isso, leite…”.

Irritação e abuso verbal
Cuidado com a irritação!

• Evitar irritar-se e entrar em argumentações vás e estéreis, produto dos nervos. Usar a distracção como possível solução ante situações difíceis ou pensamentos.
• Evitar entrar em discussões sobre ideias falsas. Se a pessoa insiste em que já viu um programa de televisão, apesar de lhe ter dito que é a primeira vez que passa, deve seguir-se a sua corrente e comentar. “Era bom, o programa?” Doutra forma, os argumentos acabarão por frustrar o cuidador e provavelmente transtornar ou confundir mais a pessoa doente. Há muitas anedotas sobre o assunto e sempre, quem fica mal é o cuidador.
• Conter-se, manter a calma. Respirar fundo e profundamente. Se contar até dez não for suficiente, conte-se até cem ou até mil, tomando a coisa com humor, porque quem se irrita perde.