Demências e Alzheimer

A demência é um transtorno cerebral que afecta, gravemente, a habilidade duma pessoa para levar a cabo as suas actividades diárias.
A doença de Alzheimer é o tipo de demência mais frequente entre as pessoas mais velhas e afecta as partes do cérebro que controlam o pensamento, a memória e a linguagem. Se bem que os cientistas aprendam mais todos os dias sobre a doença, ainda não sabem qual é a causa e ainda não descobriram um tratamento para a curar. Acreditam que perto de 4,5 milhões de americanos sofrem da doença de Alzheimer.
Esta doença inicia-se, geralmente, aos 60 anos e o risco de a contrair aumenta com a idade. Se bem que as pessoas mais novas também possam desenvolvê-la, é menos comum entre elas. Cerca de 5% de homens e mulheres entre os 65 e os 74 anos de idade podem ter a doença. No entanto, é importante dizer que a doença de Alzheimer não faz parte do processo natural do envelhecimento.
Atribuiu-se este nome à doença, o do médico alemão Alois Alzheimer que em 1906 verificou alterações no tecido cerebral duma mulher que tinha morrido duma rara doença mental. Encontrou depósitos anormais, agora chamados “placas de amilóide” e uma acumulação de estruturas fibrilares entrelaçadas, conhecidas actualmente como “óvulos neurofibrilares”. Hoje em dia, a presença destas placas e óvulos no cérebro considera-se o selo característico da doença de Alzheimer. Os cientistas também descobriram outras alterações no cérebro das pessoas que sofrem desta doença.
Estas alterações têm a ver com a destruição de células nervosas mentais, o que causa a intercepção das conexões entre as células nervosas. Também se apresentam níveis mais baixos de algumas das substâncias químicas do cérebro, que se encarregam da transmissão de mensagens entre as células nervosas. A doença de Alzheimer pode alterar os processos do pensamento e a memória, ao interromper a transmissão dessas mensagens.
Os cientistas ainda não entendem de todo o que causa a doença de Alzheimer. É provável que não haja só uma causa, mas vários factores que afectam cada pessoa de forma diferente. A idade é o factor de risco mais conhecido. O número de pessoas que sofre desta doença duplica-se em cinco anos entre as pessoas com mais de 65 anos. Os antecedentes familiares são outro factor de risco. Os peritos acreditam que a genética pode desempenhar um papel importante em muitos dos casos de Alzheimer. Por exemplo, a doença de Alzheimer familiar de aparecimento precoce, uma rara forma que geralmente se manifesta entre os 30 e os 60 anos, é de carácter hereditário. O tipo mais frequente de Alzheimer é o do aparecimento tardio. Apresenta-se mais tarde na vida e na maioria das famílias não se observa um padrão hereditário óbvio. No entanto, vários factores de risco genético podem interagir com factores não genéticos para causar a doença. O único factor de risco genético identificado até agora para a doença d Alzheimer de aparecimento tardio, é um gene que produz uma forma de proteína chamada aplolipoproteinma E (apõe).
Todas as pessoas têm apõe, a qual ajuda a transportar o colesterol no sangue. Somente cerca de 15% das pessoas têm a forma desta proteína que aumenta o risco de contrair a doença. É provável que haja outros genes que também possam aumentar o risco de desenvolver esta doença, ou de proteger as pessoas contra a mesma, mas não foram descobertos.
Os cientistas ainda têm muito que aprender sobre as causas desta doença. Para além da genética e da apõe, os cientistas investigam o papel desempenhado pela educação, alimentação e o ambiente no desenvolvimento da mesma. Encontram cada vez mais indícios de que alguns factores de risco das doenças cardíacas e os acidentes vasculares cerebrais, como a hipertensão arterial, o colesterol alto e os baixos níveis da vitamina folato, podem também aumentar o risco de desenvolvimento de Alzheimer.
Também há maiores indícios de que as actividades físicas e mentais e sociais podem ser factores de protecção contra a doença.