Outras demências

A associada ao HIV resulta duma infecção com o vírus da imunodeficiência humana, que dá origem à SIDA. Este tipo de demência pode causar uma destruição massiva da substância branca do cérebro. Isso conduz a um tipo de demência que geralmente inclui a deterioração da memória, apatia, a marginalização social e dificuldades na concentração. Além disso, as pessoas com demência associada ao HIV frequentemente desenvolvem problemas motores. Não existe um tratamento específico para esta doença, mas os medicamentos aplicados no tratamento da SIDA podem atrasar o início da doença e ajudar a reduzir os sintomas.

A doença de Huntington é um transtorno hereditário, causado por um gene defeituoso numa proteína chamada huntingtina. Os filhos de pessoas com este transtorno têm 50% de probabilidades de o herdar. A doença causa degenerescência em muitas áreas do cérebro e da coluna vertebral. Os sintomas da doença de Huntington, normalmente começam quando os pacientes se encontram entre os 20 e os 40 anos. Estas pessoas têm um prognóstico de uma média de vida á volta dos 15 anos.

Os sintomas cognitivos da doença de Huntington tipicamente, começam por alterações ligeiras da personalidade, como a irritabilidade, ansiedade e depressão, e progridem até chegarem à demência total. Muitos pacientes também demonstram uma conduta psicótica. A doença de Huntington causa a Coreia – movimentos espasmódicos e bruscos do corpo – assim como debilidade muscular, torpeza e descoordenação no andar.

A demência do pugilista, também chamada encefalopatia traumática, ou a síndrome do boxeur, é causada por um trauma na cabeça, como o que sofrem as pessoas que receberam muitos golpes na cabeça durante os combates. Os sintomas mais comuns desta condição, são a demência e o parkinsonismo, que podem aparecer anos depois de produzido o trauma. As pessoas afectadas, podem desenvolver, para além disso, falta de coordenação na fala. Um único trauma no cérebro também pode conduzir a um transtorno chamado demência pós-traumárica. Esta demência assemelha-se muito à demência do pugilista, mas geralmente também inclui problemas de memória a longo prazo. Outros sintomas variam dependendo de que parte do cérebro foi danificada pelo trauma.

A degeneração corticobasal é um transtorno progressivo, caracterizado pela perda de células nervosas e atrofia de múltiplas áreas do cérebro. Os neurónios de pessoas com degenerescência corticobasal, frequentemente têm uma acumulação anormal de proteína tau. A degenerescência corticobasal progride, normalmente, gradualmente durante um período de 6 a 8 anos. Os sintomas iniciais, que tipicamente começam à volta dos 60 anos, podem aparecer primeiro dum lado do corpo, mas estruturalmente afectam ambos os lados. Alguns dos sintomas, tais como a falta de coordenação e rigidez, são parecidos aos que se encontram em pessoas com a doença de Parkinson. Outros sintomas incluem perda de memória, demência, problemas visuais e espaciais, apraxia (perda da capacidade para efectuar movimentos conhecidos e com um fim determinado) e fala entrecortada e duvidosa, mioclonias (movimentos bruscos involuntários) e disfagia (dificuldade na deglutição). A morte, muitas vezes, é causada por uma pneumonia ou outros problemas secundários, como a assapsia (infecção grave no sangue) ou embolia pulmonar.

Não há tratamentos específicos para a degenerescência corticobasal. Medicamentos como o clonazepan podem ajudar nas mioclonias, mas a terapia ocupacional, física e da fala, podem ajudar a manejar as incapacidades associadas a esta doença. Os sintomas não respondem bem a medicamentos para a doença de Parkinson ou outros medicamentos.