Imposições sociais

O homem moderno é o resultado do seu meio e dos hábitos de vida e de pensamento que a sociedade lhe impôs.

Já se viu como esses hábitos afectam o nosso corpo e a nossa consciência. Já não ignoramos hoje que só degenerando nos podemos acomodar ao meio que a tecnologia criou à nossa volta.

A ciência não é responsável pelo nosso estado. Somos nós os únicos culpados; não soubemos distinguir o proibido do permitido.

Infringimos as leis naturais, cometendo assim o pecado supremo, o pecado que é sempre castigado.

Os dogmas da religião científica e da moral industrial caíram perante a realidade biológica.

A vida dá sempre a mesma resposta àqueles que lhe pedem o que lhes é defeso: enfraquece, e as civilizações ruem.

As ciências da matéria inerte conduziram-nos a um país que não é o nosso.

Aceitamos cegamente tudo o que elas nos oferecem, e o indivíduo tornou-se acanhado, especializado, imoral, ininteligente, incapaz de se dirigir a si próprio e de dirigir as suas instituições.

Mas, ao mesmo tempo, as ciências biológicas desvendaram-nos o mais precioso de todos os segredos:

As leis do desenvolvimento do nosso corpo e da nossa consciência, a cujo conhecimento devemos o meio de nos renovarmos.

Enquanto as qualidades hereditárias da raça estiverem intactas, a força e a audácia dos seus antepassados poderão reviver no homem moderno.

Mas será ele ainda capaz de tal esforço?